As arritmias são alterações no ritmo cardíaco normal, e podem fazer o coração bater em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). Os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 100 por minuto. Podem cursar com redução do débito cardíaco e instabilidade hemodinâmica.

No potencial doador de órgãos falecido, representam um grande desafio ao profissional de saúde, o mesmo deve saber sobre a etiologia das arritmias que são por causas multifatoriais e entre elas há mais freqüentes estão: hipovolemia, hipotensão, hipotermia, administração de catecolaminas, contusão miocárdica, alterações acidobásicas e hidroeletrolíticas.

É necessário prevenir e tratar as arritmias cardíacas desde taquiarritmias supraventriculares e ventriculares, até distúrbios de condução como as bradiarritmias com a correção de fatores causais que sejam reversíveis, como os distúrbios eletrolíticos e ácido-básicos, hipovolemia, hipotensão, hipotermia, administração excessiva/inadequada de catecolaminas, seguindo as recomendações, elaboradas pelas sociedades de cardiologia.

O consentimento familiar para a realização de todos os procedimentos necessários para a manutenção da viabilidade e retirada dos órgãos deve sempre ser obtida a priori. Alguns autores sugerem que as famílias devam ser informadas da possível necessidade de realização de reanimação cardiorrespiratória, sendo necessário obter o consentimento.

Tratar a parada cardiorrespiratória (PCR) e taquiarritmias conforme orientações da American Heart Association

As taquiarritmias que causam instabilidade hemodinâmica devem ser tratadas com cardioversão elétrica sincronizada. Tratar conforme orientações da American Heart Association – AHA. 

As bradiarritmias na morte encefálica, são resistentes ao uso de atropina devido a ausência da atividade vagal, e recomenda-se o uso Adrenalina (2-10 µg/min) ou dopamina (5-10 µg/kg/min) ou isoproterenol (2-10 µg/kg/min).  Quando persistentes e associadas à hipotensão ou baixo débito devem ser tratadas com marca-passo transcutâneo seguido da instalação de marca-passo transvenoso.

Parada cardio-respiratória

  • Tratar conforme orientações da American Heart Association – AHA. 
  • Iniciar RCP e o transporte ao centro cirúrgico para a remoção dos órgãos viáveis.
  • Considerar instalação de cateter duplo-balão para preservação renal, ou o início de circulação extracorpórea por via femoral, caso haja impossibilidade de remoção ao Centro Cirúrgico.
  • Administrar 500 UI/kg de heparina sódica nas fases iniciais da RCP, sempre que for considerada a retirada e/ou perfusão imediata dos órgãos.
  • Idealmente realizar ECG, ecocardiograma e dosar enzimas cardíacas. Pacientes acima de 45 anos, necessitam de cateterismo cardíaco.